segunda-feira, 5 de julho de 2010

MEDO

Hoje o medo invadiu-me por entre as veias, gritou-me aos ouvidos o terror, pegou na minha alma e 'violou-a' sem medos como só o medo o sabe fazer, e eu temi, temi e gritei baixinho para que nao fosse descoberta "socorrooo", e então o medo voltou mais forte que nunca, ameaçou-me e disse-me ao ouvido 'o melhor de hoje pode ser sempre o pior de amanhã', e sozinha num escuro só meu, nas ruas que me assombraram desde pequenina, nessas ruas escorreguei, caí e bati de cu, bati de cabeça, bati de coração. E nesse momento perguntei:
- Medo onde estás tu?
ao qual me respondeu em arrepios gélidos de dor.
E aí eu berrei, berrei como se o céu não tivesse fim, como se o medo não estivesse a olhar-me com cara de mau, eu berrei 'larga-me medo, larga quem não é tua, deixa viver quem tem vida, deixa bater descansado o meu coração!', mas ele continuou determinado em me rebaixar a um ponto tão profundo como se me atirasse para um poço bem fundo, e então, bati com o pé no chão e a chorar ditei 'Sai, sai oh medo que afugenta o meu corpo e o meu coração!'

E segui na tal rua, como a minha mãe dizia "sem medos."

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