sexta-feira, 30 de julho de 2010

vives num mundo de escolha,
vives num mundo de espera,
se gritares bem alto ouves o teu eco,
se ouvires com atenção ouves a tua respiração,
se olhares com força ves a tua revolta.
e sentas-te de novo,
uma nova espera,
uma nova esperança,
um novo senão.
dizes ter força mas não,
eu seguro-te e tu recusas,
eu beijo-te e tu abusas
dizendo-me aos ouvidos "CABRÃO!"
explicas de seguida:
"- Cabrão, seu cabrão,
eu aviso-te no dia, no dia
em que não me ocupares o coração."
- E até lá?
"-Até lá, vou vivendo nesta incognita de paixão.
contigo por mares, contigo cansada de não's."

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tarde demais.

E agora que parti?
As chuvas partiram-se em duas,
As aves bateram no chão,
Tu choraste a meus pés mas tu sabes,
Tu nunca terás o perdão.

Bem vejo porque caminhos ando,
Bem vejo os traços que me deixaste,
Mas não, eu não os vou seguir,
Porque tu meu amor, tu nunca me amaste.

Segurança é o que te vai,
Quando os meus olhos cruzam com os teus,
Mando-te olhares de arrogância
E mesmo assim tu não dás importância,
E continuas lutando
Para que consigas o comando
Que não é teu.

Mas hoje caí
E tu não estavas lá,
Eu chamei por ti,
Mas não te vi.
E do fundo me gritaste:
'Os meus olhos cansaram-se de sorrir,
A minha boca cansou-se de esperar,
E os meus braços morreram de desespero
Em te querer abraçar.
Agora és tu, és tu quem está sozinha,
Es tu, tu e a tua arrogânciazinha.
Teus cabelos queimarão-se
Com as pragas que me deitaste,
Teus olhos chorarão
Por cada dor no peito que me provocaste.
Adeus, é a despedida meu amor,
Adeus, que sintas um dia metade da minha dor,
Adeus, que rezes por um quinto do meu amor.'


-obrigado pela correção Pikito (:

é como um puzzle.

Sabes bem que as forças e os sorrisos esgotam, sabes o quanto custa estar no chão de poeiras, quanto custam as pernas andar sem parar. E depois tu desfazes-te no chão, tornas-te no que sempre foste por dentro, um puzzle que faltam sempre peças para se encaixarem, tu ficas sempre imcompleto. Não, não vou dizer que és o único; também em mim as peças faltam, já não falando de toas as que vão ficando para trás quando percorro certos caminhos de obstáculos. Também eu já perdi uma parte das peças do coração como tu, e ainda hoje as procuro por entre florestas e mares, por entre passeios e estradas, essas peças que foram ficando para trás.
Sinceramente, acho que foste tu que as guardaste no teu cofre, como se não suportasses que já não te pertencessem, quando na verdade essas peças nunca foram tuas, o meu coração nunca foi teu, sempre foi meu, sempre fui dona de mim própria e para sempre serei.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Querias, mas.

Chega-te, toca-me e sente,
Levemente o coração bate na tua cantiga,
Aí dentro o amor que sentes,
O amor de que sou mais que tua amiga,
Que na calada da musica
Eu encho o teu peito de calor,
Que na calada da musica fazes beicinho
E pedes amor.

Nas ruas te perdes,
Em mim te encontras,
No coração que tanto cedes,
Em mim que tanto pedes,
Na tua alma feita de montras,
Na alma do vazio que montas;
Que as mãos te caiam na ultima carta,
Que o chão desabafe bem feroz no teu ultimo passo,
Que o amanhã não chegue,
Que o teu pesadelo, o tal que te persegue,
Não páre, e pelo contrário, que te atormente e leve!

Lembranças que terás,
Serão suspiros meus de adeus,
Melodias que ouvirás,
Serão de caminhos só teus.

Ilusões foram tuas, 
Tua será a dor,
E meu amor,
Tantas vezes eu te avisei,
Não sou tua e jamais serei.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

mais que um jogo

Há necessidades na vida que não podemos conter, assim como há ilusões que não podemos evitar, por mais duras que sejam, por mais irreais que sejam, elas invadem-nos sem nos dar escolha, explicação, justificação, simplesmente aparecem.
Acabo por fechar os olhos de tanto cansaço, de tanto chorar, e vejo o que temia, o teu rosto aparece-me de novo com o maior sorriso de vingança e traíção que já vi na minha vida.
Admito, é verdade que tu não me traís-te, mas traís-te o meu coração, trocaste-o e baralhaste-o como se fosse um baralho de cartas; e como se isso não bastasse, ainda o manipulas-te para que ficasses com o melhor jogo, com o que pretendias, nem que tivesses que jogar sujo.
Depois da vitória, de esquemas e truques falsos com parceiros bem "pagos", limitas-te a deixar, deixar a carta mais valiosa, o meu coração, em cima da mesa suja junta do prato dos tremoços e do copo de cerveja como se nada valesse. Ganhas-te a partida mas o jogo ainda não acabou, espera-te a desforra que é sempre melhor, dolorosa, vingativa e valiosa.
Sou mais que um "baralho de cartas" (...)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

lógica masculina.

Não é por acaso que quando te pergunto quem és me olhas com frieza e quando me perguntas quem eu sou me olhas com certeza, não é por acaso que aquele comboio parou ao passar por mim quando ias lá dentro, ou então não foi por acaso que o avião não descolou; simplesmente não percebo porque é que a relva é verde e não azul, não percebo qual é a lógica do amor, não percebo o porquê da inconsciências dos actos, o porquê das portas se fecharem quando se abrem as janelas no momento em que deveriam haver sempre dois caminhos.
Certamente já perguntaste porque não parti sem ti, ou como é que os meus olhos não perderam a cor de tanto choro; por inteligência e lógica perguntaste o que vi em ti; mas por influência, corpo e mente masculina afirmaste a beleza como o ponte forte do amor.
Talvez tenhas riscado o meu nome algures mas fica descansado que tudo o tempo leva, e se o tempo não levar algum detergente ou chuva irá poupar-lhe o trabalho.
Lembro do dia em que disses-te que tinhas gravado o meu nome no teu coração, isso é impossivel e daqui a dias já te esqueceste disso e daquelas tardes de verão (...)

MEDO

Hoje o medo invadiu-me por entre as veias, gritou-me aos ouvidos o terror, pegou na minha alma e 'violou-a' sem medos como só o medo o sabe fazer, e eu temi, temi e gritei baixinho para que nao fosse descoberta "socorrooo", e então o medo voltou mais forte que nunca, ameaçou-me e disse-me ao ouvido 'o melhor de hoje pode ser sempre o pior de amanhã', e sozinha num escuro só meu, nas ruas que me assombraram desde pequenina, nessas ruas escorreguei, caí e bati de cu, bati de cabeça, bati de coração. E nesse momento perguntei:
- Medo onde estás tu?
ao qual me respondeu em arrepios gélidos de dor.
E aí eu berrei, berrei como se o céu não tivesse fim, como se o medo não estivesse a olhar-me com cara de mau, eu berrei 'larga-me medo, larga quem não é tua, deixa viver quem tem vida, deixa bater descansado o meu coração!', mas ele continuou determinado em me rebaixar a um ponto tão profundo como se me atirasse para um poço bem fundo, e então, bati com o pé no chão e a chorar ditei 'Sai, sai oh medo que afugenta o meu corpo e o meu coração!'

E segui na tal rua, como a minha mãe dizia "sem medos."