sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

devoraste-me!

A tua fúria comeu-me o peito como se ele fosse uma bolacha de chocolate, devorou-me cada pedaço de pele numa luta contra o amor; mas o ódio que convenceste de possuir comeu-me que nem um esfomeado o coração, arrancou-me as veias como que tubos de gomas, sugou-me o sangue como que quem bebe vodka, e pior que seres tornado num alcoólico anónimo, a meus olhos tornaste-te num monstro. Agora, quando chega á noite, tenho medo de encontrar os teus olhos pendurados em mim, tenho medo de ver a tua sombra na parede a vir na minha direção, tenho medo de sentir o teu calor ou de cheirar de novo o teu perfume, tenho medo de ver novamente a tua imagem em chamas a chamar por mim, ouvir a tua doce voz escondendo o teu verdadeiro ser.
 Acabou-se o jogo das escondidas ou o faz de conta, eu tenho medo disso tudo mas não é por ter medo de ti, é por ter medo de voltar a amar um monstro. Aliás, eu não tenho medo de amar um monstro e do que me possa acontecer, tenho vergonha,  porque à primeira todos caem mas á segunda só cai quem quer.

1 comentário: